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terça-feira, março 1

O Gestaltismo

Gestaltismo
            O que é?
            O gestaltismo, ou simplesmente Gestalt, é uma teoria da percepção visual da forma, ou, como diz Charles Osgood (1973: 237), “A teoria diz respeito aos acontecimentos que ocorrem dentro do campo visual, o qual constituí uma distribuição dinâmica de energia cujas partes são interdependentes através da sua participação no todo.”. Como podemos ver, já aqui se introduz a essencial noção de que, na Gestalt, o todo é mais do que a mera soma das partes.












            Convém também referir, por questões meramente informativas, que a Gestalt contraria uma outra teoria da percepção da forma, o Associacionismo. Este, por sua vez, teoriza que a percepção é um somatório de sensações. Assim, o gestaltismo veio contradizer esta noção, complexificando o que se entendia por percepção.
            Já que muito se fala nela, o que é então esta percepção?
            Ela é “um processo de organização e interpretação da informação sensorial que nos permite identificar objectos e acontecimentos.” (Abrunhosa e Leitão, 2009: 140). Nesta obra, estes autores propõem uma outra definição para gestaltismo, referindo esta que “o ser humano possui a capacidade inata de percepcionar formas ou figuras que se destacam de fundos.”.
            Verificamos, assim, que a compreensão da organização perceptiva é vital para a consequente compreensão da própria Gestalt. Segundo esta organização, existem 3 características essenciais que nos permitem organizar as percepções – são elas a segregação figura-fundo, a tendência à estruturação e a constância perceptiva.
. Segregação figura-fundo
            Aqui entra o conceito de pragnância – uma figura deve ser pragnante, ou seja, para ser facilmente percepcionada, deve possuir caracteres que a façam contrastar com o fundo (quanto maior for a segregação entre a figura e o fundo, mais fácil será a percepção da figura) (Abrunhosa e Leitão, 2009). A seguir estão enunciados os casos de segregação figura-fundo:

- Indiferenciação figura-fundo –






- Ambiguidade da figura -










- Reversibilidade figura-fundo –









. Tendência à estruturação

            O ser humano tende naturalmente a estruturar os elementos que observa, criando boas formas, isto é, as figuras simples, regulares, equilibradas e simétricas (Abrunhosa e Leitão, 2009).    A seguir estão enunciados os casos de tendência à estruturação:
- Fechamento –






- Continuidade –





- Proximidade – 

        



- Semelhança –







. Constância perceptiva
Tal como noutros casos, na percepção visual deparámo-nos com o fenómeno da constância – por exemplo, quando ouvimos uma melodia em dois tons diferentes, reconhecemo-la como a mesma melodia (Abrunhosa e Leitão, 2009).A seguir estão enunciados os casos de constância perceptiva visual:

 - Constância da grandeza –




 - Constância da forma – 






 - Constância da cor –


Bibliografia
-OSGOOD, Charles E., Método e Teoria na Psicologia Experimental, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1973, pp. 237-238.

- ABRUNHOSA, Maria Antónia e LEITÃO, Miguel, Introdução à Psicologia – Nova Edição, Volume 2, Edições ASA, PORTO CODEX, 1980, pp. 24-37.

- ABRUNHOSA, Maria Antónia e LEITÃO, Miguel, Psicologia B  (Vol.1), Edições ASA, 2009, 1ª edição, pp. 140-147.

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