"Somos simples animais / E toda a vida lutamos / Contra tudo e os demais, / Pelo que mais desejamos."

quarta-feira, abril 13

Alberto Caeiro - uma composição

A nossa composição relativa a Alberto Caeiro:



















Alberto Caeiro – O poeta das sensações e da natureza. É anti-metafísico e sensacionista (as 2 características estão muito relacionadas uma com a outra). Caeiro atribui uma grande importância às sensações, desprezando o pensamento, e clama que a melhor forma de nos relacionarmos com o mundo é através dos sentidos, pois estes mostram as coisas exactamente como elas são – o pensamento distorce a realidade e “complica o que é simples”. Este traz tristeza pois há um distanciamento dos sentidos. Caeiro tem uma grande ligação com a Natureza e defende que a maneira correcta de viver é em comunhão com esta, desprezando a atitude metafísica. Este heterónimo fala sobre a vida através do que há de mais simples na Natureza - defende uma libertação das imposições da sociedade, através da valorização dos sentidos e, para Caeiro, a felicidade e a realidade residem nas sensações.
            Para realizar esta composição, decidimos enveredar por um caminho simples, baseado exactamente naquilo que os versos nos diziam, um caminho que certamente o próprio Caeiro seguiria. Os versos contam-nos como Caeiro vê apenas o que e “descomplica” as coisas e como as outras pessoas do mundo sentem a necessidade de “dar nomes” a tudo, “pôr tudo em ordem” e complicar aquilo que é simples e que, simplesmente é.  Usando o programa Photoscape, começamos por criar uma árvore com um T e um D, acrescentámos 2 I’s para os ramos da mesma, e com 2 simples quadrados pintados de, respectivamente, verde e azul, criámos um chão e um céu. Incluímos o texto sobre o heterónimo (com as letras verdes) na própria árvore, de modo a incluí-lo na Natureza e até a dar um certo aspecto de preenchimento, como se fossem as letras folhas de árvore. Quanto aos balões de fala de banda desenhada… Bem, era nossa intenção exprimir aquela “racionalidade específica” do ser humano, aquela vontade de pôr um letreiro em tudo e complicar aquilo que nem precisava de nome porque, simplesmente, já é.
            Obtivemos, assim, uma dualidade de significados – a Natureza que Caeiro tanto ama ou, melhor dizendo, sente; e a racionalidade do resto do Mundo, que insiste em desvalorizar constantemente as sensações.

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