"Somos simples animais / E toda a vida lutamos / Contra tudo e os demais, / Pelo que mais desejamos."

quarta-feira, abril 13

Álvaro de Campos - uma composição

É, agora, a vez de Álvaro de Campos:





Álvaro de Campos - Possui 3 fases - na 2ª fase, a Futurista/Sensacionista, Campos entrega-se a um histerismo de sensações e canta o mundo contemporâneo, celebrando o triunfo da máquina, da civilização moderna, da técnica, da força mecânica e da velocidade. Exalta a energia e a dinâmica, e expressa o mundo do progresso técnico. Após clamar a beleza da força e da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida como tal e de se dar conta da incapacidade de realização, a poesia de Campo revela um pessimismo agónico, a dissolução do “eu”, a angústia e o tédio existenciais e a nostalgia da infância perdida (passagem para a 3ª fase – fase Intimista);
            Para criar uma composição visual para Álvaro de Campos, o conceito é simples e recorrente – desordem; caos; movimento; tecnologia; máquina; progresso; fúria.
            Queríamos algo que fizesse jus aos versos e, por isso, tentámos incluir todos esses elementos na nossa composição. Usando o programa Photoscape, começamos por desvendar como iríamos conseguir incluir aquele “r-r-r-r-r” na nossa composição – para nós, este elemento era essencial. Tivemos, então, uma ideia: Porque não transformar o próprio “r-r-r-r-r” numa parte da composição visual, em vez de simplesmente tentar representá-lo através de outra coisa? Partimos a partir daí e decidimos utilizar um jogo de dominó como inspiração – as peças todas caindo na sua vez, empurrando a peça seguinte, fazendo com que as primeiras caiam num abismo. Movimento. Caos. Mas o que as fez cair em primeiro lugar? Foi pois uma bola de demolição construída a partir de um O e presa por uma corrente de B’s. Tecnologia. Progresso. O triunfo da máquina. O resto dos elementos foi colocado numa layer superior com um simples propósito: Caos e desordem. O texto sobre o heterónimo, de um tom cinzento claro, é usado quase como papel de parede; as expressões “ó rodas” e “ó engrenagens” foram colocados (a bold) aleatoriamente na composição. Desordem. Por fim… Fúria. A maior palavra (em dimensão) da nossa composição sobre Campos. As letras, a vermelho escuro, quase uma espécie de castanho. A palavra está cortada quase pela metade, há uma parte que não se vê, mas... está lá. A fúria, apoiando o “r-r-r-r-r” que eternamente cai para o abismo.

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